A evolução é uma mutação

Durante bilhões de anos, a humanidade formou-se a partir de um conjunto de mutações que vieram a angariar com a espécie dominante, Homo sapiens. O ambiente tratou de fazer a seletividade em meio às mutações, afinal a teoria de que “o mais forte, sobrevive” sempre foi o verdadeiro lema da raça dos homens. Mas talvez sua dominância sobre a Terra em que sempre viveram, por eras e mais eras, tenha lhes obscurecido a mente e feito com que esquecessem que a cadeia evolutiva estava sempre crescendo, sempre se modificando, e, em algum momento, uma espécie que partilharia de sua existência iria surgir, ameaçando sua hegemonia sobre tudo e todos.

Não se sabe ao certo quando o gene mutante que permitia o desenvolvimento de certas particularidades surgiu; talvez ele sempre tivesse estado ali, adormecido e aguardando pelo portador certo para poder acordar. Mas as pessoas com habilidades especiais não viam em sua existência algo que fosse correto, afinal, o diferente gerava medo, e o medo gerava ódio, e o ódio gerava catástrofes. Então, aqueles que detinham alguma especialidade que fugia do que era considerado normal, se fecharam e procuraram esconder para não sofrer com as represálias de um mundo que não entendia sua existência. Ainda. Outros, que não gostavam de se manter enjaulados, e viam em seus poderes uma forma de dominar a raça que havia se tornado “obsoleta”, provocavam desastres com suas ações por debaixo dos panos.

Mas não mais.

Em 2010, as pessoas com particularidades especiais traçadas por mutações genéticas vieram à tona na sociedade mundial. Com estudos comprovando um gene circulante novo, a evolução humana foi apresentada diante do mundo a partir disso. E não somente os que detinham algum poder através da organização genética em seus corpos desde seu nascimento, mas também aqueles que conseguiam desenvolver características que podiam classificá-los como Super-Humanos, ou os Heróis de Quadrinhos da vida real. Todos decidiram que precisavam de um lugar naquele mundo, fossem como fossem, porque eram todos, afinal, uma criação da Terra.

Mas obviamente a humanidade não recebeu aquela novidade de bom grado. O governo dos Estados Unidos era contra a partilha de direitos de seus cidadãos com as criaturas que chamavam de “aberrações”, e o preconceito foi quase que instantâneo, e por isso foi criada a O.R.I.G.I.M. — Organização de Responsabilidade Internacional para Gestão de Ingresso Militar —, com o intuito de contabilizar e controlar o espaço. Em meio a esse cenário, porém, algumas organizações a favor de humanos superdotados fluíram, como o Instituto Blackmore, que aceitava crianças, adolescentes e jovens adultos superdotados para que tivessem uma educação correta; e também havia a A.R.M.O.R. — Agência de Responsabilidade Militar e Observação Regulamentarizada —, uma unidade militar à parte do governo que lidava com alta inteligência e pesquisa e treinamento em espionagem e combate. Contudo, também havia a antagonização daqueles que aceitavam, sim, a existência de seres com poderes em seu mundo; a GENESIS, uma organização que se opunha à A.R.M.O.R., também versada em treinamento militar de espionagem, defendia que os mutantes precisavam ser usados para fins bélicos e políticos em seu mundo, como armas.

O mundo não era o mais hospitaleiro para pessoas que nasciam ou que adquiriam particularidades que os diferenciava do que o mundo julgava como “normal”, mas será que ainda restava esperança?