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Mensagem por Margot W. Furtwängler Seg Mar 29, 2021 9:19 pm

BEAUTIFUL DISASTER

Tipo de RP: Aberta — Flashback;
Participantes: Margot Weiss Furtwängler & Elliot Oesterlen;
Espaço: Instituto Blackmore;
Tempo: Tarde de 07 de Agosto de 2016;
Assunto: Livre para todos os públicos;
Contexto: A RP promoverá a ambientação do primeiro encontro entre Margot e Elliot. Os dois se conheceram no Instituto Blackmore, quando o rapaz ingressou na Instituição. Margot fora designada para guiar e apresentar ao garoto os recintos mais importantes do Instituto.


Margot W. Furtwängler
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Mensagem por Elliot Oesterlen Ter Mar 30, 2021 6:54 pm


A paisagem transcorria diante dos olhos, através do vidro erguido. No banco do passageiro, logo ao lado encontrava-se a mãe. Apesar de não enxergar diretamente, em intervalos irregulares, ela o fitava. Já ele, por outro lado, encarava o nada além do horizonte. Repousando o braço no suporte da porta lateral, fez a mandíbula descansar no mesmo punho. O olhar dele era nitidamente oco de pupilas retraídas, a iluminação forte do Sol alcançava o rosto. Engoliu o seco entalado no centro da garganta, a atenção distraída se focou na construção que formava-se adiante. Sequer se deu ao luxo de escutar as palavras dela no momento em que o veículo foi estacionado, somente assentia com o balanço da cabeça. Reconhecia o pronunciamento dela, era para o seu bem.

Despediu-se com o beijo cálido aos flancos do rosto, assim como o abraço apertado. A fisionomia permanecia no processo de desenvolvimento, no entanto, alto o suficiente para ultrapassar o topo da cabeça da progenitora Oesterlen. Sem porteiro, os grandes portões de ferro o deram a passagem. Ao passar e de costas, deparou-se novamente com o ruído do metal se rangendo. Se fechou. Seguiu pelo caminho ladrilhado, rota apontada em direção ao instituto.

O colégio fundado pela Blackmore levava o seu nome, o lar para seres como ele. Humanos com habilidades extraordinárias, buscando amparo e orientação. No entanto, o loiro não precisava. Depois de anos isolado consigo mesmo, teve tempo de sobra para aprender a lidar com o frio. Após as pernas lentas e arrastadas, mesmo à considerável distância, as vistas puderam identificar o comitê de recepção. Mais próximo do que nunca, mantendo um espaço seguro para si, reverenciou a responsável. Evitou o contato físico. E, a diretora não estava só.

Depois de conversação de minutos entre Yvora e o Oesterlen — e o segundo respondia apenas com grunhidos de concordância —, ordenaram à menina que o acompanhasse. — Uma guia turística era o que eu menos esperava agora. — Fez o comentário em sussurros audíveis. Yvora já havia os deixado a sós. Curvando os cantos da boca, o de cabelos de mel figurou o sorriso sem jeito. — Meu nome é Elliot. Prazer. — Cerrado os punhos, prosseguiu. Apresentou-se formalmente, embora como chamava-se não fosse uma surpresa à menina com os cabelos de fogo. As frases do menino eram baixas, não sabia como se posicionar perante novas pessoas.

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Mensagem por Margot W. Furtwängler Ter Mar 30, 2021 11:15 pm

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Institivamente, os olhos agitaram-se por sob as pálpebras assim que fragmentos de luminosidade ousaram adentrar o recinto, valendo-se das brechas das janelas. Murmúrios e grunhidos emitiam reclamações. Era cedo e a noite não poderia ser considerada uma das melhores de sua vida.

Após alguns minutos de preguiça, enfim reconheceu a derrota de seu sono. Levantou-se a passos lentos; o rosto se contorcia em caretas, em bocejos e mais reclamações. Esticou-se o bastante para que pudesse alongar a maioria dos músculos do corpo. Estalou os dedos, a coluna e o pescoço. No fim, afastou as cortinas e permitiu que a luz solar abraçasse e preenchesse o cômodo.

Sentou-se ali mesmo, de frente para a janela, sobre o chão. Encarou momentaneamente a paisagem esverdeada e primaveril diante do vidro. Absorveu-a para mentalizar coisas boas, afinal, aquele era um novo dia. Fechou os olhos e iniciou seu processo matinal de meditação; agradeceu pelo silêncio. O que de fato fora uma atitude precipitada.

Batidas escandalosas foram desferidas contra a porta, logo após, um grito: “Vamos, senhorita Furtwängler! Levante-se!”. O inconfundível tom imponente da Sra. Blackmore trouxe, subitamente, Margot de volta para a realidade. Como resposta involuntária, a menina emitiu um grito de espanto, assustada.

Sequer pôde chegar até a maçaneta, Yvora foi longo adentrando o dormitório, os olhos céleres planaram por todos os cantos em busca de algo fora do comum, fora do conformes. Por fim, fitou a ruiva, examinando-a de cima a baixo:

— Furtwängler, vim até aqui pessoalmente para informar que hoje você terá uma tarefa diferente. — Uma pausa. Olhares repletos de interrogações. — Um novo aluno chegará ao Instituto hoje, acredito que pela tarde. Você nos acompanhará na recepção dele e, logo depois, deverá promover um tour pelos arredores e recintos do Instituto. — O sorriso no rosto da diretora era indecifrável. — O rapaz faz parte de uma família importante, os Oesterlen, não queremos desapontá-los.

“Mas é claro que tinha algo por trás de tudo isso”. Pensou e, involuntariamente, revirou os olhos. Percebeu o olhar de reprovação da mais velha no mesmo momento e se recompôs, tossiu seco. Assentiu, balançando a cabeça. Não tinha muito o que contestar, pelo visto, aquela era uma tarefa intransferível.

— Tudo bem, entendi. — Disse calmamente. — O privilegiado tem nome? Assim, já sei que o sobrenome dele é importante, mas acredito que ele deva ter algum tipo de individualidade. O nome, por exemplo. — O sarcasmo em seu tom de voz era praticamente imperceptível, Margot possuía um timbre calmo e doce. No entanto, Yvora a repreendeu: — Engraçadinha. — Mais uma pausa. — O nome dele é Elliot. Elliot Oesterlen.

———


À tarde, Margot já estava pronta. Os coturnos desciam os degraus apressados, cada vez mais apressados. Avistou ali, em frente às escadarias do hall de entrada o comitê formado para a recepção do novo aluno. Yvora, alguns professores e instrutores; ao todo eram 5 pessoas. Apressou-se um pouco mais e tropeçou sobre os próprios pés, quase caindo sobre a diretora. Por sorte, apenas parou ao lado dela.

— Você está atrasada. — Disse a loira entre dentes, sem tirar o sorriso do rosto. Naquele momento os portões já se abriam para dar passagem ao garoto. Logo ali, estava ele.

Elliot era, definitivamente, atraente. Embora aparentasse não estar gostando nenhum pouco de toda aquela situação, havia algo nele que, automaticamente, chamou a atenção de Margot. A menina arrumou rapidamente os cabelos, os quais provavelmente estavam desalinhados devido à correria. O fitou enquanto este escutava as boas-vindas dos demais, mas ao menor sinal de que seus olhos pudessem se encontrar, abaixou o olhar.

Após alguns minutos de distração em seus próprios devaneios, Margot foi novamente puxada para a realidade. — Essa é Margot, ela irá te mostrar o Instituto e te orientará no que precisar. Qualquer dúvida, fale com ela. — As mãos da diretora empurraram a menina para a frente. Os olhos assustados da ruiva não mentiam, aquela era uma situação deveras atípica.

— Ser uma guia turística era o que eu menos esperava para hoje. — Respondeu ao sussurro do rapaz, emitindo um riso baixo e tímido. Os demais integrantes do comitê já haviam se retirado. Estavam os dois sozinhos. — Eu sei. Falaram que você era um Oesterlen, não sei o que isso significa. — Olhou rapidamente para os punhos cerrados do garoto. Engoliu em seco. — Como ela disse, me chamo Margot. — Distribuiu para ele um sorriso singelo antes de virar de costas para o mesmo.

— Vamos lá, por onde quer começar? Salas de aula? Biblioteca? Cozinha? Quadra? Opções não faltam. Como mandou a diretora: hoje estou disponível apenas para você. — Girou sobre os próprios pés e o olhou. Parou. — Quer dizer, isso ficou meio estranho. Mas estou disponível para fazer o seu tour. — Riu baixinho e começou a caminhar em direção aos degraus. — Vamos subir, as coisas interessantes estão lá pra cima. Enquanto isso você pode pensar no que quer conhecer. 
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Mensagem por Elliot Oesterlen Sáb Abr 03, 2021 3:54 pm


O famoso Instituto Blackmore. Apenas uma parada, pensava ele. As leis que regravam o destino e ditavam a operação, elas desfrutavam de pôr os indivíduos vivos e racionais em situações de indecisão. Tempos a frente, não pensaria ser uma atitude tão difícil abandonar aquele recinto e caçar os próprios objetivos. Em questões cronológicas, após a saída, o Oesterlen tomou o rumo pela carreira militar. Se profissionalizou e, enfim, chegou à O.R.I.G.I.M — organização controlada pela família.

Enfim, foco no presente momento, no passado.

Inquestionável a cortesia dos membros administrativo do colégio, aguardando a chegada dele. Além da regente, os docentes também se reuniram a celebrar a entrada de alguém tão importante. Já ele não pensava assim. Independente dos laços sanguíneos, movimentava os ombros. Não era de sua vontade ser rotulado pelo fardo sobre os ombros. Evitava falá-lo a qualquer custo, referindo a si mesmo somente como Elliot Bowie. As feições desconhecidas, acostumado com a falta de conhecer pessoas. Em quaisquer palavras, o rapaz assentia no balanço da cabeça, escondendo o jeito desconfortável.

Os olhos claros do rapaz, semelhante a cubo de gelos lapidados, se pousaram em cima da figura apresentada. Por hora, não o chamou a atenção, sequer prestou a atenção na realidade. A cena no contexto geral, a ignorou. Os devaneios passeavam por outras datas, não o presente: detrás à fresta da porta, escutando a conversa da mãe e a Srª Blackmore; novamente a mãe o contando do instituto, que seria essencial para desenvolvê-lo. Despediu-se com o sorriso falso desenhado no rosto; padrão.

Distante da realidade, o murmúrio surrupiado o trouxe à tona. Piscou duas ou três vezes, os mais velhos se retiravam aos aposentos. Franzindo o cenho ligeiramente, colocou a menina como centro da visão panorâmica. Uma ação involuntária, algo que o inconsciente o provocou a fazer. A mirou sem desvios e esquivas, desconcertado com a miragem. E, certamente, deveria ser algo desconfortável à ruiva.

— Você não sabe quem são os Oesterlen? — Afrouxando os punhos, se sentiu minimamente mais livre e espontâneo. O suspiro esvaziou a carga de pressão presente na respiração, os músculos se encheram de leve. — Nem queira saber então. — Complementou a pergunta de outrora, e os dedos dedilhavam a têmpora. Erguida a visão mais uma vez, se deparou com o sorriso presente nela. Sem reação, o não compreendeu. Mas, os traços dele puxaram um sorriso de canto em retribuição.

Elliot pensou que o giro foi uma atitude brusca, poderia se machucar. Animada demais até. Margot falou e falou, deu opções do que fazer. Entretanto, uma frase específica o fez levantar as sobrancelhas. — Disponível apenas para mim? — Não perdeu a oportunidade em relembrá-la da frase sugestiva. A reformulação o tirou da postura, obrigado a vedar os lábios com a palma. Abafou o riso insistente. — Ok, ok. — Se mesclou à sombra da guia, refazendo os passos dela.

A construção e a composição da arquitetura, vistas mais de perto, encantou a percepção do rapaz. Como uma criança em um parque de diversão, os sentidos dele eram instigados com qualquer coisa misteriosa e desconhecida. — Uau. — Transitando pelos corredores, mesmo estático na entrada do prédio principal. — Tem uma quadra? Quadra de quê? — A rolada dos globos se concentrou na silhueta da mulher, trazendo o assunto antes citado. — Eu nunca estive em uma. Biblioteca já conheço, tecnicamente. Tenho uns livros em casa. Muitos na verdade. — Se corrigiu. Trincando o maxilar, findou. — Benefícios em ter muito tempo livre, certo? — A piada disfarçava a tristeza na confissão.
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Mensagem por Margot W. Furtwängler Dom Abr 04, 2021 9:45 pm

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Ali mesmo, sobre os degraus, um sorriso tímido - porém travesso - fora desenhado entre os lábios da ruiva. Parou por um instante, respirou fundo e balançou sutilmente a cabeça. Aprisionou entre os dentes o lábio inferior; emitiu, por fim, um riso baixo, praticamente imperceptível.

— Ótima pontuação, novato. — Girou sobre os próprios pés e tornou a fitá-lo. Possuía os braços cruzados sobre os seios e um sorriso escondido no canto de seus lábios. Os olhos esverdeados, semicerrados, encontravam na feição masculina a contenção de uma risada. — Muito engraçadinho. — Murmurou e revirou os olhos, sentia-se uma tonta por ter formulado a referida frase de maneira tão sugestiva.

Virou-se de costas para ele novamente, seguindo a direção dos degraus para o 1º andar do vasto edifício Blackmore. O piso era repleto de corredores, portas e mais portas que ocultavam salas de aula e escritórios. Não haviam coisas muito interessantes por ali. A jovem Furtwängler julgava a área externa muito mais atrativa do que todos aqueles andares, exceto o último, o qual comportava a biblioteca. Antes que pudesse separar os lábios para formular frases como “Aqui é a sala para aulas de Inteligência Emocional e Autocontrole”, por exemplo, a menina teve seus pensamentos interrompidos.

— Sim! Temos quadras aqui. São duas. Sendo bem sincera? Acho muito mais válido irmos até lá do que continuarmos andando por esses corredores. — Apressou-se utilizando da brecha fornecida pelo outro. Encostou o corpo rente à parede mais próxima e o olhou, atenta às palavras por ele proferidas.

— Nunca esteve em uma quadra? — O esverdeado dos olhos expandia-se frente ao espanto. — Pois então, o que estamos fazendo ainda aqui mesmo? — Sorriu para ele, um ato involuntário e instantâneo que logo fora substituído por um olhar repleto de lembranças e pensamentos indesejados. Pegou-se pensando em como momentos como aquele funcionariam em filmes; em como seria divertido poder pegá-lo pela mão e arrastá-lo até as quadras. A trilha sonora preenchida por músicas divertidas como “Walking on Sunshine”; os dois correndo animados para uma nova descoberta. Repreendeu-se, afinal, sua vida estava longe de ser como uma comédia romântica.
 
Esperava intimamente que sua mudança de semblante tivesse ocorrido de maneira sutil, imperceptível. Atentou-se para o que ele dizia acerca de livros e tempo livre, aquela parecia uma piada repleta de subjetividade. O fitou curiosa, sorrindo gentilmente: — Então você tem uma biblioteca particular? — Uma pausa, continuou: — Entendo. Já tive bastante tempo livre enquanto não estava sendo um rato de laboratório ou coisa do tipo. — Emitiu um riso sem jeito.

De súbito, afastou-se da parede e fez o percurso contrário ao que já tinham realizado, descendo as escadas com rapidez, praticamente pulando os degraus. Esperava que ele a estivesse seguindo. Caminhou até a porta do Hall de Entrada, vestíbulo essencial para que os jovens acessassem a área externa. Percorreu todo o trajeto do pátio de entrada em silêncio, se questionando sobre o porquê de ter exposto para ele a fase em que fora feita de experimento. Não queria que mais uma pessoa a visse como uma aberração.

Logo ali estavam as quadras. Margot cessou os passos e esperou por Elliot antes de adentrar a grande estrutura. — Elliot; Quadra; Quadra; Elliot. — Gesticulava as mãos como se apresentasse o rapaz à estrutura e a estrutura ao rapaz. Sorriu para ele. — Essas são as quadras de esportes. Aqui podemos ter treinamentos, aulas de Educação Física ou qualquer tipo de coisa que inventem. Você vai se acostumando. — Olhou para ele. — Eu particularmente não faço o estilo esportista. — Fez uma careta após mirar alguns poucos alunos se exercitando por ali.

— Olha, sobre esse lance de “rato de laboratório” que falei anteriormente, esquece isso, é besteira. Nem sei porque falei isso. — Deu de ombros, balançando a cabeça negativamente. — Mas, se me permite perguntar, por que você deixou todo o tempo livre, a biblioteca particular e um sobrenome importante para vir pra cá? — Tentou buscar os olhos azuis e brilhantes de Elliot, gostaria de saber mais a respeito dele.

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Mensagem por Elliot Oesterlen Sáb Abr 10, 2021 1:59 pm


A graça permeava o semblante masculino. Um sorriso honesto, mas esquecido nas mazelas do passado. Divertiu-se com a situação inusitada — a frase ambígua —, e especialmente pelos comentários reativos trazidos à tona. Assim que se contentou e o riso se despediu, igualmente sentiu o calor se afastar das bochechas perante a revirada de olhos alheios, ação que visualizou perfeitamente. Contrastou o fato de ser somente uma brincadeira.

A construção do prédio atraía os sentidos do rapaz em êxtase, algo afirmado anteriormente. Entretanto, não teve condições de verificar cada milímetro. Assim que contou de si, Margot idealizou em levá-lo imediatamente para conhecer as tais quadras. De acordo com as vagas memórias, não lembrava-se realmente se frequentou alguma. A infância o tiraram ainda jovem, nem completou a primeira década naquela época. Afastado do contato com semelhantes, trancado numa casa longe da civilização, brincando na companhia com os frutos da imaginação. Apenas ele e mais ninguém.
 
O Oesterlen reconhecia as ramificações de sua individualidade, a manipulação do gelo. Contudo, não sabia o quão elas poderiam se estender e torná-lo perigoso aos indivíduos próximos. Não era que evitasse abraçar alguém, mas pensava na possibilidade de prejudicial. Sua pele era tão fria quanto e como cadáveres.

Depositando os punhos nos bolsos, os guardou. Estalou a língua no céu da boca. O olhar do rapaz instintivamente rolou de encontro ao olhar dela. Perguntava-o da biblioteca. — Posso dizer que sim, eu acho. — Esperou o tempo de ela terminar antes de dar qualquer resposta. No entanto, um termo localizado entremeio às frases, ele não associou. — Eram algumas estantes cheias de livros. Chuto umas 5 ou 6. Como minha família tem dinheiro, foi bem fácil para eles tentarem me manter com a mente ocupada. — Retirando os palmos, gesticulou no ar.

Enquanto se explicava, deparou-se com movimentações súbitas. Ela parecia apressada com algo, afastando-se dele rapidamente. Elliot franziu a tez e estreitou os olhos em consequência. A garganta libertou a atípica onomatopeia, aquela que expressava "pensativo". Após segundos de processo mental, fez uma reação. Acompanhou obviamente. De lábios cerrados, se privou de palavras. A atmosfera pesou feito chumbo, a tensão pairava em torno dela e ele não entendeu exatamente porquê.

Sem delongas, assentiu. Junto dela, rumou os passos na direção proposta. Acelerou-os, preservando uma distância segura para ambos, ainda que estivessem lado a lado. A atenção manteve-se unicamente no caminho. Os passos eram ouvidos, mesclados aos ruídos de conversas de terceiros residentes. Contudo, reduziu o ritmo das pernadas. Talvez a de cabelos flamejantes necessitasse de espaço para si, dever dele era respeitar. A permitiu passar na frente quando acabava o percurso. Dobrando uma esquina, os olhos dele se encheram com a vista admirada. Estático, olhares fixos na paisagem. — Prazer, dona quadra? — Brincou com a apresentação. Se tornou prestativo com a explicação. — Olha... Eu sei o que é uma quadra, ok? — Revirou os olhos igualmente como ela no outro momento. — Só nunca pude ver de perto. — Se reformulou com a feição séria. Mas, reconstruiu os traços na finalidade de mostrar o sorriso sorrateiro; não era para levar aquelas palavras à sério.

Como alguém que controlava temperaturas baixas — logo, frias —, o Oesterlen enxergava naturalmente o clima rodeando as pessoas, caso pudesse olhá-las por tempo suficiente. A Furtwängler trouxe mais uma vez um assunto, do qual certamente era muito sério para ela. Ratos de laboratório era um termo criado para exemplificar objetos de experimentos, normalmente atribuídos àqueles animais citados. Pendendo diagonalmente a cabeça, Elliot molhou os beiços. Fitava a cor nítida de verde encrustado no rosto repleto de sardas dela. — Certo. — Balançou a cabeça.

Expulsou a friagem espontânea dele assim que o assunto se desviou no curso. Acobertou o perímetro à medida em que olhava para os cantos. — O mesmo que você possivelmente. — Por segurança, recuou com um passo para trás. Através do estalar de dedos da destra, na palma da mão se formou uma bola de neve. — Minha mãe acha que aqui vai ser uma boa experiência para eu controlar minhas habilidades. — Cerrando o punho, o tecido suave do gelo escapava no espaço entre os dedos e espalhavam no solo. — Eu acredito que não preciso disso. Me virei por conta própria sozinho por tantos anos, não é como se eu tivesse aulas teóricas de poderes fosse me ajudar agora. — Deslizou as peles das mãos, uma contra a outra, limpando quaisquer resquícios ali. — Eu convivo com isso muito tempo e, quando me isolaram, desde então tento buscar o meu aperfeiçoamento. Só assim eu sei que posso conviver em sociedade, sabe? Sem ser nenhum risco pros outros.
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